terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Presidente do Ibama recebe bispo do Xingu.

Brasília (03/02/2010) O presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, recebeu na manhã de hoje o bispo da Prelazia do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Erwin Kraütler, para conversar sobre o licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte. O diálogo com as comunidades afetadas pelo empreendimento e seus representantes está sempre aberto no Ibama, por instrução do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, informou Messias Franco, ao final da audiência em seu gabinete.

A reunião, agendada a pedido do presidente do Ibama, somente não ocorreu antes da concessão da Licença Prévia para Belo Monte por problemas de agenda de Dom Erwin. Durante o encontro, Messias Franco frisou que as condicionantes incluídas na licença visam assegurar que o empreendimento seja um gerador de oportunidades e não um fator de injustiça.

Para evitar maiores sofrimentos e impactos, informou Messias Franco, o Ibama foi muito rigoroso no licenciamento. Explicou também que uma série de condicionantes deverão ser detalhadas no Plano Básico Ambiental, antes de a obra começar.

O presidente do Ibama ouviu atentamente as preocupações do bispo relativas a possível injustiça contra o povo do Xingu, de Altamira, dos ribeirinhos e indígenas e a descrença dele quanto à efetividade das medidas mitigadoras, devido a promessas descumpridas em outros projetos, como o da Transamazônica, décadas atrás. Estou com medo de que Belo Monte represente um desastre irreversível e irrecuperável para a região, com a destruição de significativa parte do Xingu?, disse o bispo.

Dom Erwin compareceu em companhia do secretário-executivo do Cimi, Eden Magalhães, e do assessor jurídico da entidade, Paulo Machado e confirmou que devem ocorrer manifestações contra Belo Monte em Altamira. Não sei até que ponto os povos indígenas estão a par da licença. Espero que não haja reação violenta - sou contra isso mas, defendo o direito do povo de Altamira, do Xingu, indígenas e ribeirinhos de se manifestarem quando sentem a vida ameaçad. O bispo anunciou também que os canais outorgados pela Constituição serão usados e entrará na Justiça contra a obra.

Ascom Ibama

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